quarta-feira, 9 de junho de 2010

Instituto Federal de Goiás

Uruaçu, 9 de Junho de 2010

Equipe: Eliana, Leidiane e lucineia

Turma: Licenciatura Plena em Química- 1º Período

Professora: Mª Aparecida de Oliveira Borges

O Brasil, um país de muitas raças e cores, de um povo que traz principalmente traços Africanos, abriga no seio da sociedade, ainda que veladamente, atitudes preconceituosas. Mesmo depois de 500 anos ainda permanece o ranço do início da colonização. É a herança de um passado escravagista, em que foi negado aos africanos as oportunidades de ingresso ao saber sistematizado e qualquer outra forma de expressão e crescimento intelectual. Numa terra em que houve uma intensa miscigenação de raças e 76% dos brasileiros são negros o preconceito parece incabível, mas existe.

Na disciplina de língua portuguesa, nós acadêmicos do 1° período de licenciatura em Química, do Instituto Federal de Goiás objetivando descobrir as práticas da cultura afro-descendente, nas localidades de origem dos estudantes, iniciamos um projeto afrocultura com o qual enriquecemos um pouco mais os nossos conhecimentos. As atividades de leitura do livro Abolição, um suave jogo político de Leonardo Trevisan, as discussões e debates em grupo e uma palestra apresentada por José Dias, professor e líder em sua comunidade deu-nos subsídios para ampliar os conhecimentos a respeito do assunto.

Ele é uma pessoa que vivencia essa cultura de forma intensa, pois é um afrodescendentee vive em uma comunidade Calunga da qual faz parte 116 membros. Por enquanto sua comunidade é Calunga mas passará a ser Quilombola porque apartir de 111 membros não pode ser mais Calunga e sim Quilombola. Isto vai demorar uns 4 meses ainda porque, pelas leis dessas comunidades, necessita-se de 6 meses para se tornar Quilombola e só tem 2 meses que estes 6 membros se somaram a eles.

A comunidade originou-se com seu avô Leocardio que veio de Arraias e a avó de Cavalcante. Ele andava distribuindo cartas e em busca de "sal e salário", como disse o professor.Na região não existia São Luiz do Norte e sim Barranca que hoje é Ceres. A distância dos portos ajudou a afastá-los dos capitães do mato que iam atrás dos escravos fugitivos e quando não encontravam pegavam seus filhos e mulheres. Isto faz mais de 100 anos.

A prática cultural existente é:

* Música: chorado e a suscia

* Religião: Predomina o catolicismo, mas existem os benzedores que desviam-se para o lado do espiritismo.

Quanto a Educação dos Calungas, possuem uma Escola ativa com 17 alunos no ensino fundamental e 22 alunos no ensino médio. Por divergências políticas estes alunos não frequentam a Escola Municipal Porto Leocardio, com isso a cultura vai mudando porque acaba tendo uma visão do mundo lá de fora e perde a originalidade, além de não ser vantajoso porque depende de maior tempo e facilitar a convivência dos alunos com drogas e álcool.

Algumas pessoas que se mudaram ainda continuam transmitindo um pouco a cultura e ajudando a comunidade. José Dias é exemplo disto. Ele ajuda a comunidade indo atrás de suprir suas necessidades dentro das possibilidades dele.

A comunidade Calunga é bem assistida pelo governo; eles têm direito a cesta básica, remédio e recursos para desenvolverem projetos.

Ele tinha preconceito contra si mesmo, hoje observa e já tira algum proveito disso e fala o seguinte: “É preciso trabalhar com o corpo a corpo para valorizar a cultura”. Todas as instituições públicas e privadas têm por obrigação trabalhar a cultura afrodescendente, pois se não há um impacto muito grande é porque as próprias instituições não permitem.




Um comentário:

  1. Parabéns, meninas!
    Conseguiram conceituar e sistematizar os objetivos do projeto.

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